O Akita e a chegada do bebê...

O Akita e a chegada do bebê...

Um lindo bebezinho está a caminho, e a família se prepara para a sua chegada...

Os preparativos estão a mil com as consultas de pré-natal, roupinhas, preparativos do chá do bebê e uma infinidade de itens que parece que não vai ter fim... Quem já passou, ou está passando por isso, sabe do que estou falando. Porém participando de todos os preparativos, como parte integrante da família, está o Akita. Em alguns casos participa ativamente, já em outros passivamente, mas fato é que ele está sempre presente.

Daí algumas pessoas se perguntam como fazer para que o Akita recepcione a chegada do bebê com a família?

A maioria das pessoas, não sabe exatamente como proceder. Ficam ainda mais perdidas quando recebem
informações totalmente desencontradas sobre a raça: seja de um leigo no boca-a-boca, ou por parte de criadores desavisados, que por sua vez, também aprenderam errado com outros “criadores”. E aqui cabe uma reflexão: um criador que não confia na delicadeza de um Akita no trato com bebês ou crianças, achando que eles podem derrubar ou machucar as crianças, mesmo sem querer, este criador nunca conheceu um Akita verdadeiramente equilibrado. Um Akita equilibrado é tão delicado em seus movimentos, como os gatos, cuja leveza no toque é absolutamente sutil. Por isso minha conclamação a todos os criadores e proprietários, para o resgate do equilíbrio dos Akitas. Reflexão feita, continuemos..rs

O bebê vai chegar, o que fazer então? Como apresentar o bebê, para o cão? Deixar ou não o cão perto do bebê? Em que momento deve ser feita essa apresentação? ...

Desde que o cão esteja acostumado com a família, seja obediente equilibrado, não há motivos para se preocupar. Já se ele for estabanado e desobediente , então é melhor separar o cão por certo período.

Algo que poucas pessoas sabem é que os bebês tem o cheiro da mãe até os três meses de idade. Isto mesmo, Ou seja, o cão vai associar imediatamente o bebê como uma parte da mãe, e vai amar o bebê da mesma forma que ama a mãe.

Mas justamente por esse motivo, é que o cão poderá ficar intrigado, afinal, a mãe sai casa inteira e quando volta está dividida em duas partes. O cão fica intrigado, meio sem entender o fato dela estar dividida. Daí imagine que a mãe coloca o bebê no carrinho e se afasta pra pegar uma fralda. Então o cão pensa “como uma parte dela ficou aqui? E a outra parte, foi aonde? O que está acontecendo aqui?” O cão vai ficar meio perdido sem saber vai atrás de uma parte ou se fica com a outra que ali está. Então, reconhecendo a “parte mais frágil”, vai ficar alí plantado ao lado do bebê, esperando a outra parte voltar. Mesmo sem compreender bem cão ele percebe a que a mãe está dividida em duas partes e a partir daí, vai optar por ficar sempre ao lado do bebê.

Por isso é importante fazer a apresentação do bebê ao cão, na chegada da maternidade. A forma mais correta é virar a parte da cabecinha do bebê, onde há cabelo, e oferecer ao cão para cheirar o bebê. Afinal a cabecinha é onde o bebê tem “pelo”..rs.

Deixar o cão cheirar o bebê é importante para que o reconhecimento ocorra de forma tranquilo. Quando o cão parar de cheirar o bebê e começar a cheirar as outras pessoas, já pode colocar o bebê no berço ou no carrinho.
Importante observar que neste período que o cão costuma ficar mais sensível. Algumas pessoas pensam que o cão está com ciúme, mas ocorre que o cão fica mesmo é preocupado com o entra e sai de visitas, o cão fica ansioso, pois mais que nunca seu instinto fica ativado. A natureza grita, sinalizando para o cão que ele precisa cuidar do lado mais frágil que há naquela família agora, e justo nessa hora, ele sente a casa vulnerável pelo entra e saí das visitas. Pior ainda, elas pegam o bebê no colo, balançam o bebê... e o cão fica muito preocupado com toda a situação. Para acalmar o cão e baixar sua ansiedade, assim que as visitas forem embora deixar o cão livre para chegar perto do bebê se certificando de que ele está bem.

Não brigar com o cão, se por ventura ele começar a urinar em todas as portas, ou locais por onde as visitas passaram ou estiveram, pois é com a urina que os cães marcam seu território, e é bem possível que ele faça isso por um tempo, até perceber que tudo está bem. Quando o bebê começar a chorar é bem possível que o cão se levante e vá perto dele pra descobrir porque ele chora. Não raro, o cão poedrá uivar ao lado, acompanhando o bebê, principalmente as fêmeas. É possível que cães que sempre dormiram fora de casa, comecem a uivar durante a noite na tentativa de se comunicar com o bebê, como que avisando que ele está por perto. Arranhar a porta, na tentativa de abrir pra entrar e ficar perto do bebê, também é bastante comum.

É preciso compreender que o cão não está com ciúme do dono. Ele está é apaixonado pelo bebê. Quando os pais compreendem isso, se tranquilizam e permitem que o cão interaja com o bebezinho desde cedo, conseguem assim estabelecer entre o bebê e o cão, um laço de amor eterno.

Colocar roupinhas do bebê junto com o cão na chegada das visitas poderá ajuda-lo a se acalmar. Usar florais de Bach pode ser muito útil pra amenizar a ansiedade e impaciência do cão, quanto às visitas.

O cão percebe o bebê desde a barriga da mãe. Permitir ao cão, que estabeleça este vínculo desde a barriga, é garantir que o bebê terá no um amigo, que o acompanhará por toda a infância.

Quando conseguimos compreender as mensagens da natureza em sua plenitude de sabedoria, e conseguimos aplicar o aprendizado que nos trouxe esta mensagem, nos damos a chance de vivenciar inúmeros momentos felizes...

Saudações akiteiras...
Soraya Guedes
Consultora e Pesquisadora Comportamentalista de Cães Akitas desde 1987
Juíza Especializada na Raça Akita – CBKC/FCI 1993 a 2013

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