Akitas diferenciam instintivamente estranhos de intrusos...
Sempre digo que o Akita com temperamento equilibrado, reconhece quatro categorias distintas de
proximidade: o dono a quem ele ama; o amigo do dono a quem ele tolera; o estranho a quem ele observa e
intimida; o intruso, este sim
passível de ataque.
Aqui, descrevo o que o Akita traz impresso no seu campo
instintivo quântico. Todos os Akitas tem consigo impressas estas características.
O que vai ditar maior ou menos proximidade ao equilíbrio de temperamento e
comportamento, é a circunstância de vida a ele proporcionada, na convivência cotidiana
com a família.
Vou me ater aqui na forma singular como o Akita identifica e
diferencia o “estranho” do “intruso” e se comporta frente a essas
duas situações.
O cão Akita com temperamento equilibrado, tem uma forma
singular de se comportar frente a estranhos e a intrusos. Embora para algumas
pessoas uma coisa seja sinônima da outra, para o Akita há uma grande diferença.
Ele entende por “estranhas”
as pessoas que simplesmente passam pela frente do portão da sua casa, ou
transitam pela rua, parques e afins. A estes o Akita apenas observa sem latir,
simplesmente esperando a pessoa passar. Estas pessoas não são incomodadas pelo
cão, muito embora estejam sendo profundamente observadas. Mas justamente por
este comportamento silencioso dos Akitas é que pessoas estanhas ao cão, supõem
ser ele é um cão dócil, e que se deixe tocar. As pessoas querem sempre tocar o cão: seja colocando a
mão pela grade do portão, do vidro do carro, vindo certeiras na direção do cão nos
parques ou calçadas...
Entretanto, é justamente neste momento que, para o Akita, a
pessoa pode passar de “estranho” a “intruso”, sendo que ao “estranho” ele apenas observava em posição
de guarda, mas ao perceber seu espaço invadido
o estranho passa a ser encarado como intruso o que pode induzir o cão a executar
o ataque.
No momento em que o Akita reconhece que um ato de invasão
está prestes a acontecer, ele comunica ao pretenso invasor que poderá atacar. O cão poderá dar ainda uma chance com um
alerta de poucos latidos curtos e grossos. Vai se mover rápida ou lentamente de
acordo com a estratégia desenhada circunstancialmente para o possível ataque, e
só deverá atacar em caso da invasão realmente ocorrer. Dependendo da ocasião e
na maioria das vezes, ele faz o ataque ao intruso em silêncio, sem alarde. O
intruso passa a ser visto como uma presa, e a presa deve ser pega, estrategicamente,
de surpresa.
Guardião da alma do dono e também territorialista -entende
por território o lugar onde seu dono está - ele guarda as coisas do dono, pelo
simples fato de serem do dono. Constatamos isto facilmente quando levamos
nossos Akitas para o campo num piquenique ou praia, por exemplo, e pessoas
estranhas se aproximam das nossas coisas. Imediatamente eles dão o “alerta”.
Na grande maioria das vezes, são as pessoas que não
reconhecem os sinais que o Akita dá- seja por falta de informação ou de
orientação.
Quais seriam estes sinais? Diferem entre machos, fêmeas e casais. Isso mesmo quando estão em casais estabelecem um nível de guarda hierárquica muito interessante – já falei sobre este tema especificamente em outro artigo no face ou no blog Código Akita.
Em geral os Akitas -machos ou fêmeas- olham fixamente para o estranho e dão uns poucos latidos -baixos, curtos e bem grossos -como forma de aviso, enquanto balançam o rabo muito lentamente de um lado para outro. Entretanto se o aviso é ignorado, ele parte para o ataque. Equivocadas na interpretação do aviso deste “abanar” o rabo, as pessoas dizem que ele é “traiçoeiro” afirmando que o cão demonstra afeto para atacar – o que não é verdade.
Machos normalmente observam o estranho e miram fixamente, partindo em direção a ele caso seja necessário. Já as fêmeas costumam latir um pouco mais que os machos e se dirigem na direção do estranho, porém retornam parte do caminho, indo e vindo ou ainda apenas voltando a cabeça procurando avisar a família.
Quando estão em casal, os Akitas estabelecem entre si uma hierarquia de guarda que na maioria das vezes se dá da seguinte maneira: quando estão executando a guarda da casa, cada um tem seu ponto estratégico de permanência, onde conseguem perceber toda a movimentação da casa e da circunvizinhança – chamamos isso de ponto estratégico– caso algum movimento estranho aconteça, os dois cães percebem, porém é a fêmea quem saí pra explorar e verificar se há intruso, sendo ou não necessária a intervenção do macho. . Caso a fêmea em qualquer um dos casos perceba que se trata apenas de movimento de “estranho”, ela simplesmente volta para o seu lugar até mesmo sem mesmo latir. Se ela percebe que se trata de “intruso” identifica que é necessária a intervenção do macho, e o avisa imediatamente com um tipo de latido específico – mais agudo. Como resposta à fêmea, o macho sai pra atacar, enquanto ela volta para avisar e ficar perto da família ou em alguns casos ao lado da pessoa mais frágil da família – por vezes bebês.
Caso seja necessária a ajuda da fêmea, o macho a chama com
um latido específico – mais grosso e repetido em sequência dupla- e ela parte
pra ataque junto com o macho. Isto ocorre geralmente em locais onde o território
é muito grande, ou tem vários pontos de acesso.
Infelizmente a grande maioria das pessoas, não conseguem
perceber o sutil comportamento do Akita, na diferenciação entre estranhos e
intrusos. Os estranhos desavisados querem colocar a mão nos cães. Os donos
desconhecendo o perfil de temperamento e
comportamento da raça não compreendem o momento em que devem advertir o
estranho para que não cheguem perto do cão.
Assim os Akitas frequentemente são mal interpretados na forma do reconhecimento do aviso entre a “guarda” e o “ataque”.
Assim os Akitas frequentemente são mal interpretados na forma do reconhecimento do aviso entre a “guarda” e o “ataque”.
Nos mais de 15 anos em contato estreito com proprietários de mais de 500 cães da raça Akita -na grande maioria proprietários de cães da nossa criação no Koyuki Kennel- tive oportunidade de ouvir dos donos dos Akitas que os cães se comportaram de forma diferenciar claramente as ações e intenções de “estranhos” e “intrusos”. Da mesma forma, tive eu mesma o grande privilégio de constatar inúmeras cenas na minha própria casa, com a minha família.
É realmente fantástica esta virtude do Akita, que possuindo temperamento equilibrado, reconhece instintivamente o dono, o amigo do dono, o estranho e o intruso.
"Todo Akita deve ter linhagem, nobreza e berço!" scg
Saudações akiteiras...
Soraya Guedes
Pesquisadora Comportamentalista de cães Akitas desde 1987
Juíza da Raça Akita – CBKC/FCI 1993 a 2013
Obs.: compartilhe, publique, replique – não altere o texto e
lembre-se dos créditos
#codigoakita
#akita
#akitainu www.facebook.com/codigoakita
Quando comprei meu Akita, pesquisei muito sobre a raça mais nunca encontrei tantas informações como no seu blog.! Muito bom mesmo. Estou acompanhando a pouco tempo mais cada vez que realizo a leitura de um novo post fico maravilhado com a raça do meu amigo, filhão, Cronos. Um Akita branco.!! Moramos em apartamento, ele se adaptou muito bem. E nas pesquisas que tinha feito sempre dizia que a raça não latia muito, assim como você mesma diz. Achava estranho o fato dele latir às vezes. Mais aqui descobri hoje que esses latidos são os de advertências aos estranhos...rsrsrs...curtos e grossos, balançando o rabo. Muito massa. Não sei bem se ele é como a senhora disse, um Akita bem equilibrado. Mais é muito amoroso e amamos ele muito.
ResponderExcluirAgradeço pelas postagens.! Ajuda em muito conhecermos essa raça maravilhosa!!!
Fabuloso
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