segunda-feira, 30 de março de 2015

Porque Akitas não convivem com cães de mesmo sexo e porte...


Porque Akitas não convivem com cães de mesmo sexo e porte?
Um pouco de história...
É da natureza rácica que os Akitas não aceitem cães de mesmo sexo e porte. Quanto mais instintiva a percepção do cão, menos ele vai tolerar dividir seu território. É o instinto é o grande regulador do temperamento e comportamento do Akita.
Akitas não são cães de matilha, nem poderiam ser, pois perderiam seu altíssimo poder de “contemplação” e de “interação quântica” entre seus dois silêncios: interior e exterior.
Esta característica já era observada nos ancestrais do Akita, os Matagi-inu - cão de caça- cujos caçadores levavam em cada caçada um casal de cães. Filhotes eventualmente eram levados a fim de
aprenderem com os cães adultos a pratica da caça. Os adultos aceitavam os filhotes. Daí até hoje, ser possível que filhotes sejam aceitos pelos adultos, ou que se tolerem irmãos de ninhada por certo tempo. É a adolescência que encerra o período desta tolerância. As fêmeas em geral, quando se aproxima o primeiro cio, já não toleram mais outra fêmea. A partir daí, a convivência entre cães do mesmo sexo e porte passa a ser impraticável.
Os samurais tiraram grande proveito desta característica da raça, e também do fato de serem os cães muito silenciosos. Era o Akita que acompanhava os samurais na defesa das terras. O cão tinha que caminhar entre as pessoas sem ataca-las. Só atacavam quando percebesse que o samurai corria perigo. O Akita deveria perceber a sutil liberação de adrenalina emitida pelo samurai, o que codificava ao cão a necessidade do embate na luta. Assim o cão Akita e deveria atacar junto com o samurai, e sem latir. Mas quem estava do lado oposto ao limite da terra? Isto mesmo, outro samurai que tinha também com ele seu Akita defensor. Sendo assim samurai lutava com samurai e Akita com Akita... No decorrer do tempo, foi se fixando esta característica nos cães, ficando profundamente marcada. O cão que latia era considerado de personalidade fraca e não interessava ao samurai. Ainda hoje, as características estão impressas nos nossos cães e nas competições de temperamento no Japão, gerando sempre grande expectativa. Quando estão competindo cães de igualdade de condições de genótipo e fenótipo, o termo da decisão fica por conta do melhor temperamento. A prova é executada da seguinte maneira: é preparado o certame os cães são estrategicamente posicionados – frente a frente - de forma que possam se olhar fixamente. O cão que primeiro desviar o olhar ou emitir um latido perde a competição.
Fato trágico. Assim que os cães saíram do domínio restrito dos samurais e se popularizaram chegando nas casas das pessoas, muitos proprietários sabendo da fama dos cães nas lutas, levaram os cães para rinhas, onde eram aclamados por não se entregarem de forma alguma não adversário, senão mortos. Por muito tempo então, foram feitos cruzamentos desses cães vencedores com a finalidade de produzir cães para rinha, imprimindo ainda mais na raça Akita e intolerância entre cães de mesmo sexo – e agora também porte.
Os Akitas são dominantes, ou seja, instintivamente alfas. Sejam machos ou fêmeas não aceitarão cães do mesmo sexo e porte. Não existe Akita com temperamento equilibrado, que se torne submisso a outro cão.
Quando dois Akitas de mesmo sexo convivem juntos, o cão que se submete a dominância está fora do seu estado normal. Este desequilíbrio pode gerar uma instabilidade do tipo “bomba relógio” que poderá explodir a qualquer momento. Um cão Akita submisso não é seguro e ataca justamente por esta insegurança.
Tenho visto no decorrer do tempo proprietários e até criadores, tentar por vezes, interferir nesta característica, levando os cães a um alto grau de instabilidade – sequer notam isso. Seja por desconhecimento ou por necessidade de alimentar seu ego – pioneirismo no feito de conseguir a convivência pacífica entre Akitas- fato é que esta interferência gera instabilidade no comportamento dos Akitas.
Muito me entristece quando vejo as pessoas passando informações equivocadas sobre a raça Akita. Creio que essas pessoas, na quase totalidade dos casos, o fazem por desconhecimento ou por terem aprendido da forma errada – equivocada?- mas acabam gerando confusão nas informações transmitidas e pior ainda, insuflando a instabilidade nos cães.
Os Akitas até hoje são guiados por seu instinto e quando assim age ele se torna um cão totalmente confiável, pois vai diferenciar sem interferências o dono, o amigo do dono, o estranho e o intruso – só atacando quem considere intruso. Falo sobre isso em postagem específica que pode esclarecer melhor essas diferenciações.
Este tipo de interferência do homem tem me preocupado verdadeiro desserviço à raça.
Conscientes da verdade dos fatos, conseguiremos ajudar. Aos Akitas que despertem s eu instinto ajudando-os a encontrar equilíbrio. Aos proprietários a fim de que compreendam seus Akitas, além de amá-los.
Felizmente ainda vemos muitos Akitas equilibrados nos dias de hoje, o que enche meu coração de esperança e alegria.
Percebo isso, aqui mesmo na página Codigo Akita, pelos comentários deixados nas postagens, quando as pessoas reportam o comportamento de seus cães ...
Meu comprometimento é com a raça Akita. Estou aqui para compartilhar o que já aprendi; ajudar a resgatar o que foi perdido e expandir este conhecimento a todos que queiram fazer um trabalho de amor na perpetuação da raça Akita que merece o resgate, o cuidado e a preservação de seu conjunto de virtudes!
Saudações akiteiras...
Soraya Guedes

Um comentário:

  1. Infelizmente tenho passado por essa situação. Tenho uma cadela SRD e uma akita em casa. As duas começaram uma série de brigas. A cadela SRD é bem passiva, mas, mesmo assim a akita briga e demarca lugares que a outra não pode passar, senão inicia a briga. O caso é que a minha cadela não entra nem na casinha dela mais, pois teme a outra. Às vezes, nem vem qdo chamamos, com medo de cruzar com a outra. A situação esta ficando crítica e as brigas cada vez piores. Não estou sabendo lidar com a situação, alguma sugestão?

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