segunda-feira, 29 de maio de 2017

Akitas - Socialização?


Akitas – Socialização?
Este parece um tema recorrente em diversos momentos seja em grupos de discussão na internete ou até mesmo em parques e praças pela cidade.
Ocorre que a “socialização” que paira na mente dos humanos é muito diferente da “socialização” que paira na mente dos cães. Temos que pensar em alguns aspectos importantíssimos que vão compor o contexto desta “socialização”.
Na fixação genética, a genética ancestral do temperamento passa para os filhotes. Então os filhotes apresentam o temperamento da raça já quando nascem.
Quando não há excelência na qualidade  sangue do Akita, observarmos uma  grande oscilação de temperamento seja para agressivo ou muito dócil.
Embora as variáveis são muitas, no momento vou me ater apenas a algumas considerações.
Conhecer muito bem a origem do cão, e o temperamento dos seus ancestrais, ajuda muito na compreensão do cão como indivíduo.

Em primeiríssimo lugar, temos que pensar em como se sente o cão mediante essa “socialização” imposta, tirando dele o direito de ser um indivíduo com características próprias. Generalizar é tirar o cão este direito de ser único, de ser especial, de ser ele mesmo.
Existem raças de fácil socialização, pois pela própria função são cães que interagem bem com outros cães e humanos.
Entretanto existem cães que por função e perfil de temperamento, não convivem bem com outros cães e pessoas, e este é o caso da raça Akita quando em excelência de linhagem sanguínea. Forçar a socialização poderá ser desastroso. Uma análise profunda da função e temperamento da raça, se faz necessária para que os limites do cão sejam respeitados.
É preciso respeitar  essência de temperamento do Akita. Ocorre que muitas pessoas desconhecem totalmente que o cão tenha um temperamento próprio e único em função da raça. Piorando a situação já caótica, muitos que se dizem “criadores” desconhecem completamente o temperamento original o Akita. Isto pra nem citar, os que sequer valorizam o temperamento original  – diferentemente dos criadores sérios que buscam cada vez mais aprendizado.
O comportamento do cão é o resultado da soma do que ele traz geneticamente no seu temperamento mais as experiências que ele vivencia. Prestar atenção na emissão dos sinais emitidos pelo cão, percebendo o que deixa o cão confortável  -ou não- é o grande segredo para caminhar na direção do conforto emocional para o cão.
Em uma mesma ninhada, temos os mesmos pais, e a mesma carga genética, mas cada filhote reage de uma forma emocional as circunstâncias, pois cada um é um indivíduo.
Sim, é preciso ressaltar a individualidade do cão, pois em geral as pessoas não pensam no cão como um indivíduo.
As inúmeras variáveis na análise desta possível “socialização” requerem do tutor/dono, uma compreensão ampla de tudo o que envolve cada Akita. Em se tratando de Akitas, o tema se torna ainda muitíssimo mais complexo, o texto daria um livro, acredite.
Só para exemplificar, embora este seja um tema a ser ainda abordado em um outro texto, a castração tem grande impacto no comportamento da raça, embora muitas pessoas desconheçam o fato e outras o ignorem.
Forçar Akitas a socializar com outros cães e com pessoas estranhas e intrusas, em muito afeta o comportamento do Akita, uma vez que vai contra o perfil de temperamento da raça, pode promover instabilidade no comportamento depois da adolescência ou mesmo adulto.
O Akita com temperamento original, deve reconhecer instintivamente: o dono, o amigo do dono, o estranho e o intruso sendo que só ao intruso ele deverá atacar.
Hora, se um estranho toca um Akita, passa imediatamente de estranho a intruso e então o Akita entende de pode atacar. Claro que falo aqui de um Akita equilibrado, com temperamento instintivo ativo.
As questões de dominância e manejo com os Akitas é algo que embora pareça simples precisam de cuidados específicos em atenção, amor e dedicação.
Em tempos em que até os bons criadores enfrentam dificuldades para conseguirem a fixação do temperamento original da raça em suas linhagens, os proprietários de cães que tem apenas informações generalizadas da raça ficam totalmente perdidos em relação ao temperamento e comportamento dos seus cães.
Respeitar o cão, como indivíduo, sendo ele de qualquer raça, é direito do cão. Sendo ele um cão da raça Akita, a responsabilidade do criador e do tutor, vai muitíssimo além...
Sei que muitos indicam a socialização por puro desconhecimento, e outros por terem aprendido errado, mas enquanto pesquisadora temperamento-comportamental Akita, criadora há mais de 30 anos e  terapeuta emocional de humanos e pets, trago em mim aportada a responsabilidade em orientar e alertar.
Saudações akiteiras...

Soraya* e Ulisses Guedes
Criadores e Juízes CBKC – FCI
30 anos de Criação e Estudo Aprofundado da Raça Akita
www.moradadosursos.com.br - Canil
www.codigoakita.com.br – Blog Temperamento-Comportamental Akita
* Consultora e Pesquisadora Comportamentalista de Cães Akitas desde 1987
Juíza Especializada na Raça Akita – CBKC/FCI 1993 a 2013 - Terapeuta Emocional Akita

Obs.: compartilhe, publique, replique mas não altere o texto- publique na íntegra- lembre-se dos créditos.
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